sexta-feira, 13 de maio de 2011

Subestação EFS - Bernardino de Campos/SP

Por um longo período, a subestação de energia supriu a necessidade das locos elétricas e dos sistemas de sinalização. O ruído emitido pelos transformadores era muito curioso. Sempre tive vontade de entrar e ver como funcionava, mas infelizmente não tive oportunidade. O mais estranho é que não tinha idéia que algum dia, todo o sistema estaria desativado. É uma pena mesmo.


Datada de 23 de agosto de 1956, funcionou até meados de 2000, quando foi 
desativada, juntamente com todos os equipamentos elétricos da ferrovia.

A subestação possuía dois conjuntos de motor-gerador. Acredito que existia um esquema de revezamento entre eles. Enquanto um estava trabalhando, o outro estava ocioso ou em manutenção. A ilustração abaixo demonstra o aspecto do equipamento.


Sistema de geração de energia instalado na Itália.

O motor AC (no centro do conjunto) movia os dois geradores de corrente direta (direita e esquerda do conjunto), onde, cada um, gerava 1500V CC. Com a ligação em série dos dois, a tensão era somada, chegando aos 3000V CC, aplicada na catenária da linha. Os equipamentos eram tão robustos que poderiam trabalhar com sobrecarga de 150%, durante duas horas, sem problemas. Outra grande vantagem do sistema era o ajuste de tensão automático, tendo carga ou não na rede.


Outro sistema semelhante, instalado em Chicago/EUA e por sinal, muito bem preservado.

Dentro da subestação, um dos rotores já desmontado.

Outro rotor, que foi retirado de seu local de origem.

Os moto-geradores ficavam no piso superior do edifício, sobre as estruturas de concreto.

A estrutura de concreto eram separadas fisicamente do prédio, 
não havendo nenhuma ligação das paredes com o suporte. 

Cobertura do prédio e as vigas de suporte da ponte rolante.

Nem os domos dos exaustores forma perdoados. Parece que o 
pessoal não estava interessado só no cobre dos equipamentos.

Porta de serviço.

Local onde ficava o transformador. Não sobrou nem a carcaça dele.

Entrada de alimentação da subestação.

E por sorte, no mesmo dia, fui até a estação de Avaré/SP e consegui a foto dos mancais dos moto-geradores. Não sei se é da subestação de Bernardino de Campos, mas foram retirados de algum lugar...

Para esclarecer o desligamento das subestações e seu desmonte, consegui duas matérias que sairam no jornal Estado de São Paulo, no dia 29/05/2000.






Infelizmente esta é a triste história de equipamentos que ajudaram no desenvolvimento do Estado de São Paulo e hoje não passam de sucata. Não sobrou nada para contar a história, nem para deixar no museu.



segunda-feira, 9 de maio de 2011

Estação de Bernardino de Campos/SP

Nos tempos de criança, meus avós moravam em Bernardino de Campos/SP e nas férias escolares a família toda partia para o interior. Era a maior curtição, passar o dia inteiro rodeando a estação.


Imagem extraída do site Maplink.

Referência geográfica do IBGE/1939. Pode se ver que o pátio era pequeno e com a estação antiga.


A cidade 1939/1940, ainda com a estação antiga.

Fábrica refinação de milho 1939/1940.
Fonte: http://www.igc.sp.gov.br/
Existia um ramal para atender esta indústria.


Relatórios do IBGE de 1946 e 1955, mostrando a distância das estações. Após várias retificações (plano de modernização da EFS) nos trechos da ferrovia, principalmente na serra de Botucatú/SP, a distância até São Paulo foi encurtada.
Estação Bernardino de Campos - 31/12/46 - km 451
Estação Bernardino de Campos - 31/12/55 - km 403



Depósito de locomotivas, hoje fábrica de ração.

Fachada a estação. Atualmente utilizada pela Prefeitura.

Estação em Julho/2006.



Plataforma em Dezembro/2006, já com pintura nova nas paredes.

Exatamente neste local, existia a portaria da estação.

Em Abril/2008, nova pintura nas paredes.

Atualmente a estação está com o mesmo aspecto. 
Continua sendo utilizada pela prefeitura. 

Vista da passagem em nível, sentido Luis Pinto (lado interior - Pres. Epitácio).

Vista da passagem em nível, sentido Batista Botelho (lado capital - São Paulo).

Antigo armazém.

Vista do pátio.

"Restos mortais" da antiga cabina de sinalização nº1.

Armazém em 2006.

O mesmo armazém em 2008, já com a pintura desgastada.

Detalhe do logo da Sorocabana.






Remoção do jacaré da segunda linha.

Fim de tarde no pátio.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fábrica de Cimento IV - Final

Continuando...



Britador de mandíbula usado na fábrica.

Detalhe da "mandíbula" do britador.

Alguns moldes da ferrovia que foram salvos do incêndio.

Em azul, molde de engate padrão americano, vulgo cabeça de porco.


Alguns moldes de rodas ferroviárias.

Outra vista da fábrica. Na parte superior da construção, funcionava o
 laboratório de análise do cimento que produzido.

Local onde as gôndolas eram descarregadas.





Ao fundo, vibrador que evitava que as pedras travassem 
e não descessem até a esteira transportadora.

Outro ângulo da cabeça vibratória.

As esteiras transportavam as pedras, ainda em tamanho grande, até o ponto 
de estoque, no alto do morro. Deste ponto, através de esteiras, a pedra 
era transportada até os britadores.

Algumas gôndolas ainda estão carregadas.

Detalhe da tampa lateral, por onde era feito o descarregamento.
O tempo não dá trégua. Nasceu até um eucalipto no meio da gôndola...

... e veja a altura que o eucalipto está.

Saída da fábrica em direção a Cajamar/SP. 

Cabina do posto de controle.

Outra vista da cabina.

Portão sentido Cajamar/SP. 


Do lado oposto, sentido estação Perus. Este trecho possui bitola 
mista, com 1,60m da SPR e 0,6m da EFPP

Estação de Perus. Do lado direito da plataforma, existem duas linhas da EFPP. 
Tenho certeza que um dia poderemos chegar até este ponto e receber 
passageiros para o trem turístico da EFPP.


Ufa... Este é o final deste post. Obrigado por ter chegado até aqui.