Encontrei uma notícia informando de uma comemoração de 92 anos da Estrada de Ferro Perus Pirapora - EFPP. Pensei: Poxa, não conheço esta ferrovia. Para melhorar ainda mais a notícia, era exatamente naquele dia.
Procurei mais informações e descobri que o evento era dentro do Parque Anhanguera, em Perus, bairro de São Paulo, extremo norte. Tá pra mim! Chegou ao meio dia, peguei minha motoca e vamos pra lá.
Essa foi a primeira foto que tirei do local. Vagoneta de madeira número 5 e o reservatório de água da locomotiva nº 2.
Gostei muito do local. Estava dentro do Parque Anhanguera, no Km 5 da ferrovia, chamado de Corredor.
Aí foram só fotos...
Reservatório da loco 2.
Vista do pátio do Corredor
Posto de telefone.
Em alguns lugares da ferrovia, existiam estes totens com telefone. Nestes pontos eram obrigatória a parada para solicitar autorização para continuar a viagem. O pessoal da composição ligava para o centro de controle de tráfego, localizado em na pedreira de Cajamar/SP.
O relato das pessoas que puderam vivenciar o funcionamento da ferrovia, é que a composição não parava, seguia devagar. O ajudante, no caso o foguista, descia, fazia a ligação e corria para pegar o trem e seguir viagem.
No corredor as composições também eram desmembradas para seguir para a fábrica de cimento ou ganhava a ajuda de outra locomotiva para vencer a rampa forte que seguia a frente. Normalmente, a composição padrão era de 20 vagonetas carregadas de pedra e uma locomotiva, até este ponto.
Vista do triângulo de reversão
O outro lado do triângulo
A hora mais esperada chegou. Apareceu um carro de passageiros com a locomotiva. Expectativa total!
Essa foi a sequência de fotos que consegui. Foi muita emoção.
Logo em seguida, chegou os troleys Tubarão e Baldwin. Tudo era muito empolgante, pois não conhecia nada da Perus Pirapora.
Este era o procedimento para girar o troley Tubarão. Erguia a frente e colocava o suporte em baixo para fazer o giro.
Nas mãos do Bruno Scagliusi, o suporte que possuía um eixo giratório.
E assim, surgiu minha paixão pela EFPP.
No dia seguinte, já estava lá, logo cedo. Fiquei como voluntário. Foram muitos anos servindo a ferrovia. Aprendi muito, como...
- Trocar dormentes é muito difícil;
- Trabalhar com centenas de pernilongos, sedentos por sangue, é terrível;
- Capinar não é fácil e rachar lenha, também não;
- Ser maquinista é show;
- Aprender pesquisando;
- Fazer o que gosta é maravilhoso!
Lógico que não foi só isso. Foram muitos serviços executados. A partir desse dia, ajudei a reformar o carro de passageiro, a locomotiva número 8 (vários reparos) o trecho da Natura, o aterro no rio, a remoção do desmoronamento na saída do corredor (inclusive explodindo pedras gigantes), melhorias no troley Tubarão, aplicador de herbicida e etc.
Local do km 5 da ferrovia, marcado com a seta azul.
Nos próximos posts, colocarei mais detalhes dos trabalhos na EFPP.